quarta-feira, 29 de novembro de 2017

Blastocystis hominis

O ciclo de vida do Blastocystis hominis ainda é alvo de discussão, mas acredita-se que ele alcance o meio exterior através das fezes de indivíduos e animais parasitados e a partir daí se propague para os diversos hospedeiros. Possivelmente a infecção por este parasita ocorre por via fecal-oral, através dos alimentos e águas contaminadas. Quando ingerido, aloja-se no intestino grosso, e é dúbio o seu potencial patogénico. Em alguns casos a infecção será sintomática, enquanto noutros é assintomática. Os principais sintomas relatados são diarreia, cólica, desconforto abdominal, náuseas e vômitos, que podem persistir por semanas ou meses, se não houver tratamento (METRONIDAZOL).

Já foi demonstrada a associação de sintomas com a infecção por este parasita, principalmente em indivíduos imunocomprometidos e transplantados bem como no síndrome do colón irritável.

A forma clássica encontrada nas fezes humanas é o cisto, que pode variar no tamanho entre 5-32  μm. Supõe-se que o cisto de parede espessa presente nas fezes seja o  responsável pela transmissão externa, possivelmente por via fecal-oral através da ingestão de água ou alimentos contaminados. Os cistos infetam células epiteliais do trato digestivo e multiplicam-se assexuadamente. As formas vacuolares do parasita dão origem às multi-vacuolares e às formas amebóides. O multi-vacuolar desenvolve-se em um pré-cisto que dá origem a um cisto de parede espessa considerado responsável pela auto-infeção. A forma amebóide dá origem a um pré-cisto que se desenvolve em cisto de parede espessa por esquizogonia. O cisto de parede espessa é excretado nas fezes.

Estadios de desenvolvimento de Blastocystis hominis (adaptado de  Tan SW, Singh M, Yap EH, et al. (1996). "Colony formation of Blastocystis hominis in soft agar".




Cisto vacuolar

Cisto vacuolar
coloração pelo lugol
Cisto em fissão binária
coloração pelo lugol

Cisto multivacuolar
coloração pelo lugol
 
Forma amebóide
 

Cisto de parede espessa

                                                   © Microbiologia Unilabs Portugal, 2017 (Fotos por P. Laranjeira)


 

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